segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Cadê todo mundo?

"A vida tem fases. Da infância a fase adulta, passamos por estágios, crescemos e alcançamos a maturidade. Através desse caminho, encontramos diversas pessoas que chegam e depois desaparecem como chegaram: de repente. 
Onde estão meus amigos da infância? Aqueles pequenos e inocentes travessos que brincavam comigo, meu primeiro círculo de amizades fora da família. Vários deles devem ter chegado à primeira série comigo. Ali, junto com outras crianças vindas de outras escolas, eu desenvolvi mais um círculo de amizades, que provavelmente estudou comigo até a quarta série. Em quatro anos eu aprendi a reconhecer em quem podia confiar e quem não merecia tanta confiança assim. Aprendi que existem gostos diferentes, vontades diversas.
Ao passar da quinta série, alguns amigos daquele círculo anterior foram embora. Outras escolas, outras cidades e, até mesmo, outros estados. Eu senti a perda, mas fazer o quê!? Prosseguir com a vida e com os estudos. A fase daqueles amigos passou. Quem sabe alguns anos adiante eles serão encontrados novamente. Os anos se passaram, e ao chegar à oitava série eu descobri que muitos são amigos e outros nada têm em comum comigo. E descobri também que mesmo entre os mais próximos eu ainda consigo separar joio de trigo. Há amigos de verdade e amigos por interesse. Acaba o ensino fundamental e fecha-se mais um ciclo de amizades. Quem seguiu adiante, estudando comigo, passou por novas transformações e talvez, ao chegar o final do ensino médio, eu teria deixado de lado algumas pessoas e incluído outras pessoas em meu cículo de amizade. É normal. A fase dos amigos do "colégio" terá passado e outra fase será iniciada. 
Vestibular e faculdade. Ali, poucos amigos do ensino fundamental e do ensino médio estarão presentes. Eles ficaram para trás. Cadê todo mundo? Cada um seguiu seu caminho. Mas todos eles influenciaram na estruturação do mu caráter e da minha personalidade.
Na faculdade, novos círculos de amizade serão formados. Mais competitivos, agressivos e extremamente duros no trato se comparados com os amigos deixados para trás. Ali, aprendemos que precisamos confiar desconfiando, ajudar sem envolver-se em demasia e cobrar o que se acredita ser direito, pois a sociedade exige esse treinamento. É um filtro que reduzirá o círculo de amizades.
Paralelamente a todas essas fases, temos alguns amigos pessoais que vêm da família e da nossa vizinhança. Pessoas que, na dura época da faculdade, tomam uma grande importância, pois diante da dureza do mundo é sempre bom ter pessoas que gostam de nós de forma desinteressada. 
Há também as pessoas com quem trabalhamos, que atualmente não consideramos muito como amigos, mas sim como "colegas". Pessoas que conosco formam um time, um grupo que persegue a meta da empresa. A tensão do convívio é sempre muito maior que o possível prazer da companhia. Fala-se mais dos defeitos do que das qualidades. Mas é um grupo importante.
E, de repente, nos sentimos sozinhos. Com tanta gente ao nosso redor, sentimos que falta algo. É geralmente o apelo pela busca da pessoa que seja a nossa outra "metade". Quando a encontramos, desenvolvemos com ela o mais íntimo círculo de amizade. É alguém em quem podemos confiar e formar uma união de profundo comprometimento. Chegamos ao ponto de amar esse amigo ou essa amiga de tal forma que nos casamos. Assim, mais um círculo é estabelecido em nossa vida. 
Enfim, cadê todo mundo? Onde foram parar as pessoas que compartilharam fases de nossa vida? Onde ficaram escondidos quando mudamos de etapa? Será que conseguimos identificar a colaboração que cada um nos dá durante sua permanência conosco?
Por isso é importante valorizar os amigos em cada momento da vida. Desde os da pré-escola, quando ainda nem sabemos quem eles são, até os amigos do trabalho. Cada um tem o seu valor. Não é possível viver, por exemplo, a grande amizade do casamento valorizando mais os amigos do futebol ou as amigas de longa data. Não é possível cultivar os amigos pessoais valorizando mais os amigos do trabalho.
Os amigos não desparecem; apenas tomam, na vida, rumos diferentes dos nossos. Se negligenciamos, portanto, o valor que cada pessoa tem em nossa vida, talvez eles desapareçam para sempre."

Texto: Kawahala, André & Kawahala, Rita de Cássia B.M 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Celibato sacerdotal

"Quisera que todos os homens fossem como eu. Mas cada um recebe de Deus seu dom particular; um, deste modo; outro, daquele modo." (1Cor 7, 7)

A passagem acima ilustra de forma bem concreta a diversidade de dons que o Senhor concede a cada filho seu. A uns ele concede a vocação matrimonial, a outros a vocação religiosa ou sacerdotal. Antecipação do Reino de Deus, assim podemos definir a vocação religiosa. As pessoas que decidem viver dessa maneira antecipam o céu pois lá viveremos plenamente os conselhos evangélicos, por assim se dizer.

Para começo de conversa, nossos sacerdotes vivem a castidade seguindo o exemplo do próprio Jesus Cristo. E depois, é nosso dever relembrar que a família do sacerdote é a própria comunidade. Por esse motivo, o consagrado ao sacerdócio dá atenção plenária à comunidade, seus "filhos espirituais". O padre é a pessoa escolhida por Deus para acompanhar as suas ovelhas. Prova disso é o exemplo que nós observamos todos os dias: quantos sacerdotes são enviados aos extremos do mundo para anunciar o Evangelho? É válido e salutar relembrar que a decisão é sempre livre e pessoal. O candidato escolhe sua "família". 

"Eu quisera que estivésseis isentos de preocupações. Quem não tem esposa, cuida das coisas do Senhor e do modo de agradar ao Senhor. Quem tem esposa, cuida das coisas do mundo e do modo de agradar à esposa, e fica dividido. Da mesma forma, a mulher não casada e a virgem cuidam das coisas do Senhor, a fim de serem santas de corpo e espírito. Mas a mulher casada cuida das coisas do mundo; procura como agradar ao marido. Digo-vos isto em vosso próprio interesse, não para vos armar cilada, mas para que façais o que é digno e possais permanecer junto ao Senhor sem distração." (1Cor 7, 32- 35)

A passagem acima nos mostra de maneira clara como se dá a solicitude vocacional em ambos casos: na vocação matrimonial ou sacerdotal. Retornando, no entanto, à vocação sacerdotal, gostaríamos de expor quão bonita é a vocação daqueles que escolhem viver inteiramente para Deus, com toda solicitude e amor ao Evangelho. Para que nós entendamos melhor, faremos uma comparação: um pastor protestante e um sacerdote católico. O pastor protestante, na maioria dos casos é casado, e por esse motivo não pode, mesmo que queira, dar atenção total à sua comunidade. O sacerdote, por outro lado, vive na comunidade. Sua casa é a Igreja e sua família são os comunitários. 

E quanto aos votos que o consagrado faz, é bom relembrar que os mesmos são feitos por vontade própria, não por imposição. Somente se torna um sacerdote aquela pessoa que se sentiu chamada pelo Senhor e generosamente respondeu: "Sim. Eis-me aqui, Senhor!" 

  Jesus acrescentou: "Nem todos são capazes de compreender essa palavra, mas só aqueles a quem é concedido: Com efeito, há eunucos que nasceram assim, do ventre materno. E há eunucos que foram feitos eunucos pelos homens. E há eunucos que se fizeram eunucos por causa do Reino dos Céus. Quem tiver capacidade para compreender, compreenda!" (Mt 19, 11-12)

Vejamos o que nos diz o Catecismo da Igreja Católica acerca da castidade, nº 2349: 

"A castidade há de distinguir as pessoas de acordo com seus diferentes estados de vida: umas na virgindade ou no celibato consagrado, maneira eminente de se dedicar mais facilmente a Deus com um coração indiviso; outras, de maneira como a lei moral determina, conforme forem casados ou celibatários”.

Gostaria ainda de convidá-los à oração. Este é, sem dúvida, o melhor presente que nós podemos dar aos nossos sacerdotes. Que nós possamos agradecê-los pedindo ao Senhor muitas bênçãos para todos eles. É nossa obrigação, enquanto comunidade e povo de Deus rezar por aqueles que trazem o próprio Deus até o nosso coração através da comunhão. Retribuamos tanto amor com gratidão! 



"O Padre é o amor do Coração de Jesus." (São João Maria Vianney)

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Santa Igreja: Católica e Apostólica!

Antes de tudo, começamos analisando o nome CATÓLICO. Este termo vem do grego e significa universal. Logo entendemos - e isto é um fato confirmado, é válido e salutar relembrar - que a Igreja está no mundo inteiro. Encontra-se, ainda, nos lugares mais hostis, onde o cristianismo não é aceito. A Igreja é universal a pedido de seu fundador Divino, Jesus Cristo: "E disse-lhes: 'Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura'." (Mc 16, 15). Seguindo o conselho evangélico, os Apóstolos confirmaram com um gesto de obediência o seu pedido: "Ora, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi arrebatado ao céu e sentou-se à direita de Deus. E eles saíram a pregar por toda parte, agindo com eles o Senhor, e confirmando a Palavra por meio dos sinais que a acompanhavam." (Mc 16, 19-20).

  
A Igreja é Apostólica pois possui espírito missionário: foi criada por Jesus Cristo e a seu pedido foi e continua sendo, sob a Luz do Espírito Santo, guiada por seus enviados (Apóstolos) até os dias de hoje graças à Sucessão Apostólica, como já nos ficou claro. No entanto, merece ênfase: "De fato, não só se rodearam de vários colaboradores no ministério, mas, para que a missão a eles confiada tivesse continuidade após a sua morte, os apóstolos, como que por testamento, incumbiram os seus cooperadores imediatos de terminar e consolidar a obra por eles começada, recomendando-lhes que atendessem toda a grei, na qual o Espírito Santo os havia estabelecido para apascentarem a Igreja de Deus. (cf. At 20, 28). [Lumen Gentium, 20, parágrafo 2]. Em síntese, a sucessão apostólica garantiu essa autoridade aos nossos Pastores: primeiramente à cabeça do colégio episcopal, o Romano Pontífice e depois aos Bispos espalhados pelo mundo inteiro. Pela imposição das mãos, foi passada essa autoridade que o Espírito Santo conferiu à  sua Igreja e que ainda hoje, depois de dois milênios, continua sendo confirmada. É uma coesão de dois mil anos, é algo realmente magnífico!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A Cruz de Cristo Jesus


Na vida de um cristão os símbolos possuem uma força de expressão muito forte. Os símbolos, por si só possuem uma linguagem própria: quando nós vemos uma cruz, automaticamente lembramo-nos de Jesus Cristo e de seu sacrifício redentor. Nós reconhecemos na imagem do crucificado um amor de incomensurável proporção. Mais uma vez, enfatizo: um Sacrifício de puro amor.

Ter nas igrejas uma imagem de Nosso Senhor Jesus Crucificado e nas casas dos fiéis para piedade popular não é afirmar que o mesmo Senhor ainda está morto, como dizem a maioria dos protestantes em suas faláceas. É afirmar, no entanto, que somos cristãos e estamos caminhando no segmento da Cruz de Cristo. E que, como agradecimento contemplamos o seu sacrifício por todos nós. Se estamos vivos, é por causa da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. E a ele, somos muitíssimo gratos.

"Já no primeiro ano de seu pontificado, Bento XVI lutou contra os lobos e defendeu a exposição de crucifixos em locais públicos." (Canal Santa Igreja).

"Pois a linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem. Mas, para aqueles que se salvam, para nós, é o poder de Deus." (1Cor 1, 18) 

Já naquele tempo, o Apóstolo São Paulo já desaprovava as pessoas que achavam insensatez a teologia da Cruz. De fato, seguir Jesus requer uma inteligência penetrante: "Sim, teus julgamentos são grandes e difíceis de compreender, é por isso que as almas sem instrução se extraviaram." (Sabedoria 17, 1)

"[...] nós, porém, anunciamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos. Mas para aqueles que são chamados, tanto judeus como gregos, ele é o Messias, poder de Deus e sabedoria de Deus." (1Cor 1, 23-24)


A cruz faz parte da vida e da identidade do cristão. Não há caminhada sem cruz. Deus não nos oferece uma caminhada terrena somente com momentos fáceis. Ele nos oferece dignidade e por meio das provações nos torna mais fortes e nos prepara para a solene e eterna Liturgia celeste. E de maneira muito fácil de entender, o Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos diz algo muito importante: "O cristão começa suas orações e suas ações pelo sinal da cruz, 'em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.'" [CIC 2166] 


"A Cruz Sagrada seja a minha Luz." (São Bento)

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Quaresma- Convertei-vos e crede no Evangelho!

Entender alguma coisa é o primeiro passo essencial para que nós possamos vivê-la. Não se pode amar aquilo que não se conhece, não se pode viver aquilo que não se contempla. Pelo menos não de maneira plena.  Assim como nos demais temas que nos são propostos, entender a Quaresma requer também uma experiência própria na vida cristã e esforço do povo de Deus para vivê-la, por assim dizer. Devemos, pois, viver aquilo que Deus nos oferece, começando a compreender e praticar, eis aí um bom começo. "A liturgia é para viver. Viver as celebrações, os sacramentos, o ano litúrgico." *

A Quaresma se inicia na Quarta-feira de Cinzas, e desta data até a Semana Santa somam-se, ao total, quarenta (40) dias. Podemos começar analisando pelo próprio nome, Quaresma= Quarenta, assim sintetizando de modo bruto. O dia da Quarta de cinzas, como o nome sugere, tem como um dos gestos simbólicos principais a imposição das cinzas na fronte do cristão como sinal de penitência e conversão. "Convertam-se e acreditem na Boa Notícia." (1Mc 1, 15b) é a passagem bíblica que o Sacerdote faz enquanto assinala a fronte do cristão penitente. Bem mais do que um simples gesto simbólico, isso reflete na nossa caminhada e experiência da fé cristã. Isto é, o simbolismo encontra sua plenitude na execução das 'tarefas' que nos são atribuídas nesse tempo forte de conversão. Antigamente, por exemplo, as pessoas vestiam-se de sacos e cobriam-se de cinzas como sinal do mesmo. E algo interessante precisa ser relembrado, o simbolismo das cinzas além dessa realidade acima descrita, nos lembra outro aspecto fundamental relatado no primeiro livro da Bíblia: "Você é pó, e ao pó voltará." (Gn 3, 19b). Isso nos relembra que aqui somos peregrinos e que aqui não ficaremos, em síntese. "Uns e outros vão para o mesmo lugar: vêm do pó, e voltam para o pó." ( Ecl 3, 20).

Outro aspecto importante desse tempo quaresmal é a Campanha da Fraternidade, uma iniciativa na Igreja do Brasil, que este ano tem como foco principal a juventude. Têm-se "Fraternidade e Juventude" como tema e ""Eis-me aqui, envia-me" (Is 6,8)" como lema. É a preocupação da Igreja universal com todos os seus filhos, e neste ano, especialmente  com os mais jovens. Este assunto porém, merece ser explanado mais tarde com mais riqueza de detalhes. Por hora, pelo menos, falaremos sobre a Quaresma e seus fatores gerais. 

A Igreja, sustentada pela infalibilidade concedida pelo Divino Espírito Santo nos recomenda que neste tempo nós intensifiquemos a prática de oração, penitência e caridade. Ao ponto que nós vivamos o sentido batismal e reflitamos sobre o que é ser cristão. Cada uma dessas práticas, com sua demasiada importância contribuem para que nós possamos viver bem este tempo. Ou seja, cada uma se caracteriza como sendo o ápice da outra. Devemos fazê-las 'de coração' observando o que cada uma propõe. Isto é, não adianta praticar a caridade somente por praticar, por exemplo, sendo assim ela seria vazia. Não devemos, ainda, fazê-la com o intuito de mostrar aos outros que estamos fazendo, como faziam os hipócritas. A passagem do Evangelho abaixo não precisa de explicação, vejamos: 
"Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Ficai atentos para não praticar a vossa justiça na frente dos homens, só para serdes vistos por eles. Caso contrário, não recebereis a recompensa do vosso Pai que está nos céus. 
Por isso, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens.Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. Ao contrário, quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua mão direita, de modo que a tua esmola fique oculta. E o teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar de pé, nas sinagogas e nas esquinas das praças, para serem vistos pelos homens.Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa. Ao contrário, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta, e reza ao teu Pai que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa. Quando jejuardes, não fiqueis com o rosto triste como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto, para que os homens vejam que estão jejuando.Em verdade vos digo: eles já receberam a sua recompensa.Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os homens não vejam que tu estás jejuando, mas somente teu Pai, que está oculto. E o teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa”. (Mt 6,1-6.16-18)

Viver a Quaresma, no entanto, "não é fazer coisas grandiosas. É estabelecer esse contato com Deus (Oração). A penitência tem como finalidade o nosso próprio fortalecimento. Isto é, que nós fiquemos fortes para dominar o pecado. O jejum do coração, precisa ser simples e humilde. E a caridade é o mandamento novo, o mandamento do amor. O fruto da caridade é o fruto do meu jejum, da minha oração."*

Resumindo bastante, podemos entender a Quaresma como tempo de preparação para a Páscoa de Jesus. Todas estas práticas que nos são aconselhadas são para preparar o nosso coração e a nossa alma para a grande festa da Ressurreição de Jesus, passagem da morte para a vida. Nos preparamos pois o próprio Cristo se preparou, jejuando e orando, durante esses quarenta dias no deserto. E que nessa Quaresma, nós vivamos plenamente seus significados e tenhamos sempre perseverança para continuar na caminhada!




* - Frei Santigado Sánches, formação litúrgica.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Sagradas Escrituras

Grande tesouro é a Palavra de Deus. Nela encontramos as maiores narrações da história e economia da salvação, através dela somos admoestados. Pode-se resumir no diálogo entre Deus e os homens, seu decálogo e a experiência desses homens, o povo de Deus. As Sagradas Escrituras relatam os grandes milagres, a vinda e a vida do Cristo, o Messias; seu nascimento, sua vida pública. Sem contar com as antigas profecias e os lindíssimos salmos.

Relacionado à sua estrutura, destacam-se, a seguir, suas características que serão pontuadas para melhor leitura:

  • DIVISÃO PRINCIPAL: É dividida em duas partes principais: o Antigo Testamento e o Novo Testamento. O Antigo Testamento é a primeira parte da Bíblia. Compreende-se nela a preparação para a vinda do Messias, tão esperado pelo povo de Deus. Começa de Gênesis e vai até Malaquias. Enquanto que o Novo Testamento se configura no próprio Filho de Deus encarnado. Essa configuração se dá na sua vida, plena e total. Desde o seu nascimento até a gloriosa ascensão. Observa-se ainda como se deu o que hoje denominamos "primeiras comunidades", a caminhada apostólica e fatores afins. Esta segunda parte começa com o Evangelho segundo São Mateus e termina no livro do Apocalipse.
  • LIVROS: Possui ao todo 73 livros. Sendo que 46 livros pertencem ao Antigo Testamento e 27 ao Novo Testamento. Os livros, em ordem de leitura, são estes: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, Samuel (1,2), Reis (1,2), Crônicas (1,2), Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, Macabeus (1,2), Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria, Eclesiástico, Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias. Mateus, Marcos, Lucas, João, Atos dos Apóstolos, Romanos, Coríntios (1,2), Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, Tessalonicenses, Timóteo, Tito, Filemon, Hebreus, Tiago, Pedro, João, Judas e Apocalipse.
  • SUBDIVISÕES: Pentateuco, Livros históricos, Outros livros históricos, Livros sapienciais, Livros proféticos e Cartas de São Paulo.
A Bíblia foi escrita durante um longo período, cerca de Um milênio (1000 anos) em três idiomas distintos: hebraico, aramaico e grego. Por pessoas inspiradas por Deus, cuja revelação divina permitiu a eles escrever os fatos que a Bíblia contém. E a Palavra Bíblia, que tem sua origem no grego, no plural significa "livros". 

Não se pode calcular a importância da Sagrada Escritura na vida de todas as pessoas. Ele contém o "manual" para a nossa salvação, é fonte de grande sabedoria. Por meio da Bíblia, Deus nos mostra a sua vontade, seus desígnios e seu plano de salvação. É salutar e bom relembrar que a interpretação da mesma não cabe a nós, como nos admoesta São Pedro: "Antes de mais nada, saibam disto: nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação particular, pois a profecia jamais veio por vontade humana. Pelo contrário, impelidos pelo Espírito Santo, os homens falaram como porta-voes de Deus." (2 Pedro 1, 20-21)  

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Os Santos e a vivência evangélica!


"[...]porque a Escritura diz: "Sejam santos, porque eu sou santo."" 1
 Pd 1, 16


Todos sabemos que a nossa caminhada terrestre é passageira. Portanto, somos peregrinos. E nós, enquanto peregrinos, vivemos nesse mundo cujos valores são contraproducentes para a com a vida na fé e a conduta cristã. Nosso Senhor deseja que nós vivamos o seu Evangelho e por isso nos ajuda. E assim quer que nós façamos o anúncio do seu Reino: "Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que eu ordenei a vocês." ( Mt 28, 19) Manda seus instrumentos para a nossa santificação, afinal essa é a sua vontade. Ele quer que nós sejamos santos, para que assim desfrutemos da glória celeste.  Ele se utiliza dos seus instrumentos para  realizar em nós o seu desígnio.

Os Santos, apesar do que pensam, são as pessoas que aumentam a nossa comunhão com Deus. Foram pessoas que viveram antes de nós, muito antes, e acima de tudo viveram o Evangelho do Senhor de maneira plena. Foram aqueles que descobriram na plena comunhão com Deus a graça de viver. Foram aqueles que no seguimento de Cristo, viveram essa comunhão. Praticando a caridade para com todos os irmãos. Quem venera esses nossos irmãos exemplares não deixa de adorar ao Senhor, pelo contrário, através do exemplo dessas pessoas veneráveis conhecem mais intimamente os mistérios inefáveis de Deus Pai. 

"Em todos eles havia temor, por causa dos grandes prodígios e sinais que os apóstolos realizavam." At 2, 43


Os Veneráveis Santos foram aqueles que por permissão divina intercederam por vários milagres que aconteceram com o povo de Deus na história e na economia da salvação. Suas vidas foram o próprio Evangelho, ao ponto que a humildade os define. Todos eles nos ensinam a adorar ao Senhor, como fonte de amor e vida. Foram aqueles que sem medo, anunciaram a boa nova de Deus, mesmo que por esse motivo, fossem sacrificados em nome de Cristo.

"Irmãos: Se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para realizar o seu plano a vosso respeito, e como, por revelação, tive conhecimento do mistério. 
Este mistério Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas, mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus SANTOS apóstolos e profetas: os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho. " Ef 3,2-3a.5-6

“Deus fazia milagres extraordinários por intermédio de Paulo, de modo que lenços e outros panos que tinham tocado o seu corpo eram levados aos enfermos; e afastavam-se deles as doenças e retiravam-se os espíritos malignos“. At 19, 11-12


Sem contar com os inúmeros prodígios que foram realizados através dessas pessoas, são incontáveis e sem explicação científica. Só Deus pode permitir tal graça. Graça em plenitude. Que nós reconheçamos nestes irmãos o próprio Cristo, aquele que detém toda honra e toda glória.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Batismo: vida nova com Cristo Jesus!

Devido a ordem, o Batismo se encaixa na Iniciação Cristã ( batismo, confirmação e eucaristia) e recebe este nome por causa do seu rito central que se caracteriza no mergulho, que é o mesmo que "batptízein", em grego.

Cristo deu-nos vida por sua Paixão, Morte e Ressurreição, assim também nós devemos morrer para o pecado e nascer para a vida nova em Jesus Cristo. É assim que sintetizamos o batismo: por meio deste sacramento, morremos para o pecado e, purificados, ressuscitamos com a vida nova. Somos assim incluídos   na Comunidade Eclesial, como filhos de Deus. "Do mesmo modo, vocês também como pedras vivas, vão entrando na construção do templo espiritual, e formando um sacerdócio santo, destinado a oferecer sacrifícios espirituais que Deus aceita por meio de Jesus Cristo." ( I Pd 2, 5).

O Batismo, assim como todos os sacramentos, possui sua predisposição no antigo testamento. São vários os momentos que observamos esta ligação com a antiga aliança. Podemos citar, como exemplo, o grande dilúvio e a arca de Noé, no qual poucas pessoas foram salvas pela água (cf. I Pd 3, 20.). Destaca-se, ainda, a travessia do Mar vermelho, que marcou aquilo que ficou conhecido como a libertação do povo de Israel e, também, a travessia do Jordão, que marca a entrada do povo de Deus na terra prometida.


"Louvado seja pela preciosa, bondosa água, irmã útil e bela, que brota humilde. É casta e se oferece a todo o que apetece o gosto dela. [...]" (Cântico das criaturas- São Francisco) 


 A água simboliza vida, que ser humano pode viver sem água? Ela é tão necessária para a nossa vida quanto o oxigênio para o fogo. A água faz parte de nossas tarefas quotidianas, é necessária tanto para as nossas atividades internas, quanto externas. "Se a água de fonte simboliza a vida, a água do mar é um símbolo da morte, razão pela qual o mar podia prefigurar o mistério da cruz. Por este simbolismo, o Batismo significa a comunhão com a morte de cristo." (CIC 1220)