“Os fiéis têm direito de receber dos Pastores sagrados, dentre os bens
espirituais da Igreja, principalmente os auxílios da Palavra de Deus e dos
sacramentos.” (CDC Cân. 213)
Terminada, pois, a Oração da Coleta
concluem-se os ritos iniciais e inicia-se a Liturgia da Palavra. A mesma segue
a seguinte ordem: Primeira Leitura, Salmo Responsorial, Segunda Leitura, Aclamação
ao Evangelho, Proclamação do Evangelho, Homilia, Oração Universal e Profissão
de Fé. Salvo exceção dos dias da semana, cuja ordem anteriormente citada sofre
algumas supressões, a saber: durante a semana não se lê a segunda leitura e não
se reza a Profissão de Fé. Um dos motivos pelos quais isso acontece é a
preservação da solenidade da Eucaristia dominical. Parte integrante da Liturgia
da Palavra é o silêncio. Este deve ser observado antes de iniciar a própria Liturgia
da Palavra e, após as leituras e homilia, para que nós possamos meditar
brevemente sobre tudo que ouvimos.
“A Liturgia da Palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a
meditação; por isso deve ser de todo evitada qualquer pressa que impeça o
recolhimento. Integram-na também breves momentos de silêncio, de acordo com assembleia
reunida, pelos quais, sob a ação do Espírito Santo, se acolhe no coração a
Palavra de Deus e se prepara a resposta pela oração. Convém que tais momentos
de silêncio sejam observados, por exemplo, antes de se iniciar a própria
Liturgia da Palavra, após a primeira e a segunda leitura, como também após o
término da homilia.” (IGMR 56)
PRIMEIRA LEITURA: geralmente é extraída do Antigo Testamento, mas
isso não significa que não possa ser retirada do Novo Testamento. Para citar um
exemplo, é muito comum observar que no tempo pascal, a primeira leitura é
tirada dos Atos dos Apóstolos. Aqui não convém dizer: “A primeira leitura é
retirada do [...]” ou “Primeira Leitura [...]” O leitor deve iniciar dizendo: “Leitura
do (a) [...]”, proclamá-la e, ao final dizer “Palavra do Senhor”, somente. E
não “Estas são Palavras do Senhor”. O povo responde: “Graças a Deus”.
SALMO RESPONSORIAL: vem após a Primeira Leitura e convém que seja
cantado, ao menos no que se refere ao refrão do povo. Quando for cantado, o
salmista ou cantor do salmo normalmente o faça do ambão ou de outro lugar
adequado. O mesmo pode ser lido/cantado de maneira contínua, ou com
participação do povo no que se refere ao refrão. “Se o salmo não puder ser cantado, seja recitado do modo mais apto para
favorecer a meditação da Palavra de Deus.” (IGMR 61). Assim como as leituras,
não é permitido trocar o Salmo Responsorial por outros textos não bíblicos. E não
convém dizer: “Em resposta à primeira leitura, meditaremos todos juntos o salmo
responsorial” ou, ainda: “Salmo Responsorial [número]” O salmista pode iniciar
proclamando/cantando diretamente. Todos os que estão presentes sabem que à
primeira leitura segue-se o salmo responsorial.
SEGUNDA LEITURA: é sempre retirada do Novo Testamento e, geralmente,
de uma das cartas. Isso seguindo a tradição da Igreja primitiva: reuniam-se e
liam a Lei ou os Profetas, depois as cartas dos apóstolos e mais tarde realizavam
a fração do pão.
ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO: “Após
a leitura que antecede imediatamente o Evangelho, canta-se o Aleluia ou outro
canto estabelecido pelas rubricas, conforme exigir o tempo litúrgico. Tal
aclamação constitui um rito ou ação por si mesma, através do qual a assembleia dos
fiéis acolhe o Senhor que lhe vai falar no Evangelho, saúda-o e professa sua fé
pelo canto. É cantado por todos, de pé, primeiramente pelo grupo de cantores ou
cantor, sendo repetido, se for o caso; o versículo, porém, é cantado pelo grupo
de cantores ou cantor.” (IGMR 62)
No tempo da Quaresma não se canta
o Aleluia, mas sim o versículo antes do Evangelho, que já vem estabelecido no
Lecionário.
PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO: Depois da aclamação o sacerdote ou
diácono proclama o Evangelho. Todos ficam em pé e voltam-se para o Ambão,
demonstrando assim uma especial reverência ao Evangelho de Cristo.
HOMILIA: “Entre as formas de pregação, destaca-se a
homilia, que é parte da própria Liturgia e se reserva ao sacerdote ou diácono,
nela se devem expor, ao longo do ano litúrgico, a partir do texto sagrado, os
mistérios da fé e as normas da vida cristã.” (CDC Cân. 767)
“Recomenda-se vivamente a homilia, como parte da própria liturgia; nela, no decurso do ano litúrgico, são apresentados do texto sagrado, os mistérios da fé e as normas da vida cristã. Nas missas dominicais, porém, e nas festas de preceito, concorridas pelo povo, não se omita a homilia, a não ser por motivo grave.” (Sc 52)
“Que os estudos das Sagradas Páginas seja, portanto, como que a alma da Sagrada Teologia. Da mesma palavra da Sagrada Escritura também se nutre salutarmente a santamente floresce o ministério da palavra, a saber, a pregação pastoral, a catequese e toda a instrução cristã, na qual deve ocupar lugar de destaque a homilia litúrgica.” (CIC 132)
“Recomenda-se vivamente a homilia, como parte da própria liturgia; nela, no decurso do ano litúrgico, são apresentados do texto sagrado, os mistérios da fé e as normas da vida cristã. Nas missas dominicais, porém, e nas festas de preceito, concorridas pelo povo, não se omita a homilia, a não ser por motivo grave.” (Sc 52)
“Que os estudos das Sagradas Páginas seja, portanto, como que a alma da Sagrada Teologia. Da mesma palavra da Sagrada Escritura também se nutre salutarmente a santamente floresce o ministério da palavra, a saber, a pregação pastoral, a catequese e toda a instrução cristã, na qual deve ocupar lugar de destaque a homilia litúrgica.” (CIC 132)
PROFISSÃO DE FÉ: Depois de ouvir a Palavra de Deus e meditá-la em
nosso coração, nós somos chamados a responder essa Palavra por meio da
Profissão de Fé. Se na homilia nós estávamos sentados, na Profissão de fé nos
pomos em pé e fazemos uma breve “síntese” daquilo que nós cremos. Existem,
pois, três formas: Símbolo dos Apóstolos, que é o mais breve: “Creio em Deus
Pai todo-poderoso...” Ou o Símbolo Niceno-constantinopolitano: “Creio em um só
Deus, Pai todo-poderoso...”. Ambos com fórmula aprovada para uso litúrgico.
Convém que seja cantado aos domingos e solenidades. Há também a profissão de fé em forma de diálogo entre o sacerdote e povo. Isto é, o padre faz as perguntas e o povo responde. É muito comum observar essa maneira no ritual do batismo, por exemplo.
Aqui, destacamos um gesto
importante que muitas pessoas (deveras muitas!) esquecem-se de fazer: durante Incarnatus (E se encarnou pelo Espírito Santo) todos fazem
uma inclinação profunda. Nas solenidades da Anunciação do Senhor e do Natal do
Senhor, porém, todos se ajoelham. (cf. IGMR 137). Fazemos isso por ser o
mistério da fé: nós não compreendemos, mas acreditamos. Inclinamos ou
ajoelhamos em sinal de reverência a este mistério e demonstramos resignação.
ORAÇÃO
UNIVERSAL: “Na oração
universal ou oração dos fiéis, o povo responde de certo modo à Palavra de Deus
acolhida na fé e exercendo a sua função sacerdotal, eleve preces a Deus pela
salvação de todos. Convém que normalmente se faça essa oração nas Missas com o
povo, de tal sorte que se reze pela Santa Igreja, pelos governantes, pelos que
sofrem necessidades, por todos os seres humanos e pela salvação do mundo
inteiro.” (IGRM 69). As orações podem ser proferidas pelo diácono,
pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo.
Com a oração universal conclui-se
a Liturgia da Palavra e se inicia a Liturgia Eucarística. É válido e salutar
relembrar que ambas estão intimamente ligadas que formam um só ato de culto.
Depois de alimentados com a Palavra do Senhor, todos nós seguimos para o Santo
Sacrifício, onde nos alimentaremos com o Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus
Cristo. O Pão da vida e o Cálice da salvação.