segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Celebração Eucarística - Liturgia da Palavra

“Os fiéis têm direito de receber dos Pastores sagrados, dentre os bens espirituais da Igreja, principalmente os auxílios da Palavra de Deus e dos sacramentos.” (CDC Cân. 213)
"A liturgia da palavra é parte integrante das celebrações sacramentais. Para alimentar a fé dos fiéis, os sinais da Palavra de Deus precisam ser valorizados: o livro da palavra (lecionário ou evangeliário), sua veneração (procissão, incenso, luz), o lugar de onde é anunciado (ambão), sua leitura audível e inteligível, a homilia do ministro que prolonga sua proclamação, as respostas da assembleia (aclamações, salmos de meditação, ladainhas, profissão de fé...)." (CIC 1154)

Terminada, pois, a Oração da Coleta concluem-se os ritos iniciais e inicia-se a Liturgia da Palavra. A mesma segue a seguinte ordem: Primeira Leitura, Salmo Responsorial, Segunda Leitura, Aclamação ao Evangelho, Proclamação do Evangelho, Homilia, Oração Universal e Profissão de Fé. Salvo exceção dos dias da semana, cuja ordem anteriormente citada sofre algumas supressões, a saber: durante a semana não se lê a segunda leitura e não se reza a Profissão de Fé. Um dos motivos pelos quais isso acontece é a preservação da solenidade da Eucaristia dominical. Parte integrante da Liturgia da Palavra é o silêncio. Este deve ser observado antes de iniciar a própria Liturgia da Palavra e, após as leituras e homilia, para que nós possamos meditar brevemente sobre tudo que ouvimos.

“A Liturgia da Palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação; por isso deve ser de todo evitada qualquer pressa que impeça o recolhimento. Integram-na também breves momentos de silêncio, de acordo com assembleia reunida, pelos quais, sob a ação do Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus e se prepara a resposta pela oração. Convém que tais momentos de silêncio sejam observados, por exemplo, antes de se iniciar a própria Liturgia da Palavra, após a primeira e a segunda leitura, como também após o término da homilia.” (IGMR 56)




PRIMEIRA LEITURA: geralmente é extraída do Antigo Testamento, mas isso não significa que não possa ser retirada do Novo Testamento. Para citar um exemplo, é muito comum observar que no tempo pascal, a primeira leitura é tirada dos Atos dos Apóstolos. Aqui não convém dizer: “A primeira leitura é retirada do [...]” ou “Primeira Leitura [...]” O leitor deve iniciar dizendo: “Leitura do (a) [...]”, proclamá-la e, ao final dizer “Palavra do Senhor”, somente. E não “Estas são Palavras do Senhor”. O povo responde: “Graças a Deus”.

SALMO RESPONSORIAL: vem após a Primeira Leitura e convém que seja cantado, ao menos no que se refere ao refrão do povo. Quando for cantado, o salmista ou cantor do salmo normalmente o faça do ambão ou de outro lugar adequado. O mesmo pode ser lido/cantado de maneira contínua, ou com participação do povo no que se refere ao refrão. “Se o salmo não puder ser cantado, seja recitado do modo mais apto para favorecer a meditação da Palavra de Deus.” (IGMR 61). Assim como as leituras, não é permitido trocar o Salmo Responsorial por outros textos não bíblicos. E não convém dizer: “Em resposta à primeira leitura, meditaremos todos juntos o salmo responsorial” ou, ainda: “Salmo Responsorial [número]” O salmista pode iniciar proclamando/cantando diretamente. Todos os que estão presentes sabem que à primeira leitura segue-se o salmo responsorial.

SEGUNDA LEITURA: é sempre retirada do Novo Testamento e, geralmente, de uma das cartas. Isso seguindo a tradição da Igreja primitiva: reuniam-se e liam a Lei ou os Profetas, depois as cartas dos apóstolos e mais tarde realizavam a fração do pão.

ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO: “Após a leitura que antecede imediatamente o Evangelho, canta-se o Aleluia ou outro canto estabelecido pelas rubricas, conforme exigir o tempo litúrgico. Tal aclamação constitui um rito ou ação por si mesma, através do qual a assembleia dos fiéis acolhe o Senhor que lhe vai falar no Evangelho, saúda-o e professa sua fé pelo canto. É cantado por todos, de pé, primeiramente pelo grupo de cantores ou cantor, sendo repetido, se for o caso; o versículo, porém, é cantado pelo grupo de cantores ou cantor.” (IGMR 62)
No tempo da Quaresma não se canta o Aleluia, mas sim o versículo antes do Evangelho, que já vem estabelecido no Lecionário.

PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO: Depois da aclamação o sacerdote ou diácono proclama o Evangelho. Todos ficam em pé e voltam-se para o Ambão, demonstrando assim uma especial reverência ao Evangelho de Cristo.

HOMILIA: “Entre as formas de pregação, destaca-se a homilia, que é parte da própria Liturgia e se reserva ao sacerdote ou diácono, nela se devem expor, ao longo do ano litúrgico, a partir do texto sagrado, os mistérios da fé e as normas da vida cristã.” (CDC Cân. 767)

“Recomenda-se vivamente a homilia, como parte da própria liturgia; nela, no decurso do ano litúrgico, são apresentados do texto sagrado, os mistérios da fé e as normas da vida cristã. Nas missas dominicais, porém, e nas festas de preceito, concorridas pelo povo, não se omita a homilia, a não ser por motivo grave.” (Sc 52)

“Que os estudos das Sagradas Páginas seja, portanto, como que a alma da Sagrada Teologia. Da mesma palavra da Sagrada Escritura também se nutre salutarmente a santamente floresce o ministério da palavra, a saber, a pregação pastoral, a catequese e toda a instrução cristã, na qual deve ocupar lugar de destaque a homilia litúrgica.” (CIC 132)

PROFISSÃO DE FÉ: Depois de ouvir a Palavra de Deus e meditá-la em nosso coração, nós somos chamados a responder essa Palavra por meio da Profissão de Fé. Se na homilia nós estávamos sentados, na Profissão de fé nos pomos em pé e fazemos uma breve “síntese” daquilo que nós cremos. Existem, pois, três formas: Símbolo dos Apóstolos, que é o mais breve: “Creio em Deus Pai todo-poderoso...” Ou o Símbolo Niceno-constantinopolitano: “Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso...”. Ambos com fórmula aprovada para uso litúrgico. Convém que seja cantado aos domingos e solenidades. Há também a profissão de fé em forma de diálogo entre o sacerdote e povo. Isto é, o padre faz as perguntas e o povo responde. É muito comum observar essa maneira no ritual do batismo, por exemplo.
Aqui, destacamos um gesto importante que muitas pessoas (deveras muitas!) esquecem-se de fazer: durante Incarnatus (E se encarnou pelo Espírito Santo) todos fazem uma inclinação profunda. Nas solenidades da Anunciação do Senhor e do Natal do Senhor, porém, todos se ajoelham. (cf. IGMR 137). Fazemos isso por ser o mistério da fé: nós não compreendemos, mas acreditamos. Inclinamos ou ajoelhamos em sinal de reverência a este mistério e demonstramos resignação.

ORAÇÃO UNIVERSAL: “Na oração universal ou oração dos fiéis, o povo responde de certo modo à Palavra de Deus acolhida na fé e exercendo a sua função sacerdotal, eleve preces a Deus pela salvação de todos. Convém que normalmente se faça essa oração nas Missas com o povo, de tal sorte que se reze pela Santa Igreja, pelos governantes, pelos que sofrem necessidades, por todos os seres humanos e pela salvação do mundo inteiro.” (IGRM 69). As orações podem ser proferidas pelo diácono, pelo cantor, pelo leitor ou por um fiel leigo.

Com a oração universal conclui-se a Liturgia da Palavra e se inicia a Liturgia Eucarística. É válido e salutar relembrar que ambas estão intimamente ligadas que formam um só ato de culto. Depois de alimentados com a Palavra do Senhor, todos nós seguimos para o Santo Sacrifício, onde nos alimentaremos com o Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Pão da vida e o Cálice da salvação.